sexta-feira, 12 de abril de 2024

 


DELÍRIO, DELÍRIO...

          Francisco Miguel de Moura*

 

Nada fazer - o final que não existe.

No nada é que eu não fico

para não perecer inutilmente.

Todas as coisas são feitas,

o delírio, um futuro sem luta

um amor em degredo.

 

Vivo que vivo com palavras loucas,

minhas mãos misteriosas nos desejos.

 

Deus é homem e espírito quando faz.

Só o Demônio rirá por seu avesso:

- Orgulho de fazer quando é desfeito

nas mãos dos seus anjos malcriados...

 

Então, me centuplico em suspiros e sopros,

enquanto o Diabo e o Nada se gargalham.

  

A alma não vale a vela que se apaga.

____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta. The. 26/09/21    

segunda-feira, 8 de abril de 2024


 

POLÍTICAEM

 

     Francisco Miguel de Moura*

 

Entre o Lira que delira

E o Pacheco quase anão,

O Brasil chora e suspira

No gueto Lula e Xandão

Pergunta-se: Quem conspira

Contra a Constituição?

Qual dos dois irá abaixo?

Todos, sofrem, sem razão.

Pois só o Congresso pode

Trazer  uma solução.

 Pobre Brasil, quem o acode?

Onde a Constituição?

           --------------

 Teresina-PI, 08-04-2024

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

sexta-feira, 29 de março de 2024

 


EU SEM OS OUTROS

          Ao poeta Mário Quintana

                                  F.M.M. *

Depois de leituras vagas,

sinto o cheiro de almas

e de mundos perdidos.

E eu nem me preparei

com temores, terrores

de choros ressentidos.

Andei por noites fendidas

a dizer de toda a surdez,

à turba das águas e esgotos,

 e ninguém, me ouvir, quis.

 

 É que o mundo de mim nascia

 ignorante à música dos gritos

    e atritos.

Eles morreram de cansaço

e eu, de perdido, abri asas

enquanto renascia ao vivo

de minha alma sem olvidos.

                 -------------

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024


 A DOR E O TEMPO

      

        Francisco Miguel de Moura*

      

      A dor menos dói 

      nos pontos roídos

      do corpo (se flui)

      entre sombras e luzes,

      na sala esquecida. 

     

      O silêncio comporta

      o tempo moído. 

      Prepara sem metro

      o que teria sido:

      Vento sem vindita,

      sem janela ou fresta,

      se há quem duvide.

      

      Tudo num cristal, 

      onde riscos, falhas

      são horas da lida

      e doida descida...

      Como se o imóvel

      andasse em corrida

      no fosso das águas,

      funda disparada, 

      em ânsia...

                    Asfixia!

      

       ----------------------

      *Francisco Miguel de Moura, este poeta

      desconhecido.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

 


O MAL DO SONETO                      

 

           Francisco Miguel de Moura*

 

 

Quis achar o começo

E não cheguei ao fim...

Por que não despeço

Cada passo ruim?

 

Quis o verso que teço

E me saiu chinfrim:

Seu tom, logo esqueço,

Se o poema é ter fim.

 

Da roupa, tive o frio,

Da cama, o travesseiro,

Da mulher, perco o cio:

E acordei-me solteiro,

 

E é com dor e alegria

Que enterro meu dia.

___________

*Francisco Miguel de Moura, poeta do começo ao fim

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